O USO DA IMUNOTERAPIA PARA O CONTROLE DO XERODERMA PIGMENTOSO: BREVE REVISÃO DA LITERATURA
Maria Eduarda Renaud de Oliveira, Douglas da Silva Rodovalho, Paulo Vinicius Rabelo Nunes, Túlio da Silva Florença Tavares, Maria Luiza Renaud de Oliveira.
Resumo
O xeroderma pigmentoso (XP) é uma doença genética rara caracterizada pela deficiência na capacidade de reparar o DNA danificado pela radiação ultravioleta (UV), resultando em alta predisposição ao câncer de pele e envelhecimento precoce. O tratamento tradicional do XP inclui a proteção rigorosa contra a exposição ao sol e a remoção cirúrgica de lesões precoces. No entanto, essas abordagens muitas vezes são insuficientes para controlar a progressão da doença e a incidência de tumores. Recentemente, a imunoterapia emergiu como uma abordagem promissora para o tratamento do XP, particularmente devido ao seu potencial para estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir células cancerosas. Imunoterápicos, como inibidores de checkpoint imunológico e terapias com células T modificadas, têm mostrado resultados encorajadores em outras neoplasias, levando à exploração de sua eficácia em pacientes com XP. Estudos preliminares indicam que a utilização de inibidores de checkpoint, como os anticorpos anti-PD-1 e anti-CTLA-4, pode melhorar a resposta imune contra tumores cutâneos em pacientes com XP. Esses tratamentos ajudam a reverter a inibição da resposta imune, permitindo que o sistema imunológico ataque as células cancerosas mais efetivamente. Além disso, abordagens baseadas em terapia com células T, que incluem a modificação genética para expressar receptores específicos para antígenos tumorais, têm mostrado promissora eficácia em ensaios clínicos iniciais. Embora os resultados sejam promissores, mais pesquisas são necessárias para validar a segurança e eficácia da imunoterapia em larga escala para pacientes com XP. Estudos futuros devem focar na otimização dos protocolos terapêuticos e na avaliação de potenciais efeitos colaterais. A imunoterapia oferece uma nova esperança para a gestão do xeroderma pigmentoso e pode transformar significativamente o manejo da doença no futuro.
Palavras-chave
Referências
CASTRO, Lígia Pereira et al. The Iberian legacy into a young genetic xeroderma pigmentosum cluster in central Brazil. Mutation Research/Genetic Toxicology and Environmental Mutagenesis, v. 852, p. 503164, 2020.
DEINLEIN, Teresa et al. Rapid response of metastatic cutaneous squamous cell carcinoma to pembrolizumab in a patient with xeroderma pigmentosum: Case report and review of the literature. European Journal of Cancer, v. 83, p. 99-102, 2017.
FERNANDEZ, Elvelyn R. et al. Retrospective study of efficacy and adverse events of immune checkpoint inhibitors in 22 xeroderma pigmentosum patients with metastatic or unresectable cancers. Frontiers in Oncology, v. 13, p. 1282823, 2023.
HAUSCHILD, Axel et al. Regression of melanoma metastases and multiple non-melanoma skin cancers in xeroderma pigmentosum by the PD1-antibody pembrolizumab. European Journal of Cancer, v. 77, p. 84-87, 2017.
HOSSAIN, Mozammel et al. Current Therapeutic Strategies of Xeroderma Pigmentosum. Indian Journal of Dermatology, v. 66, n. 6, p. 660-667, 2021.
KRAEMER, K. H.; TAMURA, D.; KHAN, S. G. Pembrolizumab treatment of a patient with xeroderma pigmentosum with disseminated melanoma and multiple nonmelanoma skin cancers. British Journal of Dermatology, v. 178, n. 5, 2018.
LEHMANN, Alan R.; FASSIHI, Hiva. Molecular analysis directs the prognosis, management and treatment of patients with xeroderma pigmentosum. DNA repair, v. 93, p. 102907, 2020.
MOMEN, Sophie et al. Dramatic response of metastatic cutaneous angiosarcoma to an immune checkpoint inhibitor in a patient with xeroderma pigmentosum: whole-genome sequencing aids treatment decision in end-stage disease. Molecular Case Studies, v. 5, n. 5, p. a004408, 2019.
MUNFORD, Veridiana et al. A genetic cluster of patients with variant xeroderma pigmentosum with two different founder mutations. British Journal of Dermatology, v. 176, n. 5, p. 1270-1278, 2017.
RUBATTO, Marco et al. Immunotherapy in Xeroderma Pigmentosum: a case of advanced cutaneous squamous cell carcinoma treated with cemiplimab and a literature review. Oncotarget, v. 12, n. 11, p. 1116, 2021.
SALOMON, G. et al. Efficacy of anti‐programmed cell death‐1 immunotherapy for skin carcinomas and melanoma metastases in a patient with xeroderma pigmentosum. British Journal of Dermatology, v. 178, n. 5, p. 1199-1203, 2018.
SARASIN, Alain. The French Cohort of DNA Repair-Deficient Xeroderma Pigmentosum Patients: Risk of Hematological Malignancies. Cancers, v. 15, n. 10, p. 2706, 2023.